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O Data Warehouse não foi e nem é o problema...

Caros leitores,

Diante de alguns equívocos que andam acontecendo no mercado de bancos de dados para apoio à decisão, precisamos alertar diretores, executivos, administradores e todos os profissionais de TI envolvidos neste tipo de projeto.

O termo Data Warehouse (DW) é utilizado para nomear um “banco de dados histórico, separado do ambiente de produção da empresa e projetado para apoio à decisão”.

Nos últimos dez anos, alguns projetos de DW fracassaram, e o que observamos hoje é a presença de uma manobra mercadológica tentando vender o mesmo produto com nome diferente. Elucidemos os fatos: projetos de DW não dão certo por fatores tais como:

•  Falta de uma equipe de TI e de administradores dedicados totalmente ao projeto;

•  Projetos grandiosos e caros ao invés de projetos evolutivos;

•  Falta de cultura dos departamentos de TI para este tipo de projeto;

•  Equipes reduzidas para um projeto eminentemente importante;

•  Ausência de uma política de marketing do produto dentro da empresa;

•  “Devido à falta de conhecimento das pessoas envolvidas e principalmente à falta de uma literatura clara e concisa, baseada em experiência acadêmica e prática, do caminho a ser seguido para o sucesso de um projeto como esse.”;

•  Etc.

Administradores que assistiram seus projetos fracassarem sentem-se desencorajados em investir em qualquer projeto que mencione o termo DW.

Contudo, os consultores e empresas de TI não podem deixar de vender seus produtos. A política agora é usar outros termos e na verdade vender o mesmo produto não cometendo os mesmos erros do passado, pelo menos é o que se espera. Como disse anteriormente, apenas uma jogada de mercado, elegendo como bode expiatório o “pobre” do DW que não tem nada haver com as falhas de projeto cometidas para sua concepção.

E quais seriam esses novos termos usados ? A moda agora é usar o termo BI, abreviação para Business Intelligence , ou Inteligência Aplicada aos Negócios. Podemos dizer que BI é um “conjunto de tecnologias que permitem a análise do desempenho de um negócio”.

Ferramentas de BI sempre existiram e sempre fizeram parte de um projeto de DW. Os consultores chegam às empresas para vender os seus produtos e o marketing usado baseia-se em denegrir um DW e apresentar um produto de “baixo custo”, “milagroso” e que pode ser implantado como num “passe de mágica”.

Se prestarmos muita atenção nestes discursos, veremos que a maioria das soluções de BI apresentadas precisam de um banco de dados histórico e separado do ambiente de produção (em outras palavras, DWs setoriais ou Data Marts ). Como analisar o desempenho do meu negócio com eficiência sem um banco de dados histórico separado das bases operacionais ? Isto não é possível e a maioria dos produtos existentes no mercado sempre montam o “DW deles” para esse tipo de análise.

É um discurso contraditório, pois primeiro dizem que não é bom e depois sugerem fazer, sem mencionar o termo repugnado DW, é claro.

Uma coisa os executivos precisam compreender: o problema não é o DW. Para implantar ferramentas de BI com bom desempenho, como um pacote CRM ( Customer Relationship Management , ou Gerência das Relações com os Clientes), por exemplo, é necessária a implementação de um DW. Se pacotes “milagrosos” de BI forem adquiridos e os mesmos erros forem cometidos, a frustração vai ser a mesma e o novo termo que vai causar mal estar entre gerentes será o termo BI.

Quando houver a necessidade de adquirir um pacote como esse, o fornecedor deve ser questionado e deve-se ficar a par da infra-estrutura necessária para implantação. Já existem casos de empresas que adquiriram pacotes de BI para serem implantados em prazos “milagrosos” de integração, e na hora “H” perceberam que precisavam de anos para construir a infra-estrutura necessária para implantação.

Não somos contra empresas de TI que oferecem pacotes de BI e nem contra os princípios da Inteligência Aplicada aos Negócios, muito pelo contrário, queremos apenas alertar para os velhos problemas e valorizar as empresas sérias que não escondem as informações dos clientes.

Portanto, não esqueçam, o DW não é o culpado e não é o vilão. Se bem implantado, pode ser a base para as aplicações de BI.

Abraços e até o próximo artigo,

Methanias Colaço Júnior

 

 

Methanias Colaço Júnior, (www.unit.br/methanias) é Mestre em Informática pela UFCG, na área de Sistemas de Informação e Banco de Dados. Especialista em Ciência da Computação e Tecnologia da Informação. Membro da equipe de Sistemas de Apoio à Decisão do Banco do Estado de Sergipe com atribuições em análise de Data Warehouse (DW), administração de ferramentas de Business Intelligence (BI), e definição e implantação de metodologias de desenvolvimento e manutenção do ambiente de apoio à decisão. Coordenador e Professor de Curso de Pós-Graduação em Administração de Banco de Dados, lecionando Administração de Bancos de Dados para Data Warehouse, Professor da Universidade Tiradentes e FASER (UNIP), nas disciplinas Banco de Dados e Tecnologia da Informação. Lecionou na Associação de Ensino e Cultura Pio Décimo, Universidade Federal de Sergipe e UCAM (Pós-Graduação). Autor do livro “Projetando Sistemas de Apoio à Decisão baseados em DW” da Axcel Books ministra treinamentos e presta consultoria em DW, Engenharia de Software, Banco de Dados, Oracle e ferramentas de Business Intelligence

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